Autocompaixão: Um dos Segredos Para Cultivar a Resiliência

Na loucura do dia a dia, com aquele monte de pressão para sermos perfeitos e a comparação que não nos larga, a gente acaba por esquecer de algo muito importante: a autocompaixão.
 
E olha, não é sobre ficar se achando a última bolacha do pacote ou ser mole com os próprios erros, nada disso!
 
Na realidade, a autocompaixão é uma grande força que nos ajuda a seguir em frente e reagir, de maneira mais calma, com mais paciência, mesmo quando a situação está complicada. E, consequentemente, até render melhor.

Já ouvimos mil vezes que para melhorar temos que ser duros consigo mesmo, certo? Que se cobrar é o que faz a gente crescer.
 
Mas… já pensou que isso pode ser justamente o que te faz travar? Pois é, estudos por exemplo, feitos por Kristin Neff, mostram que ser gentil com nós mesmos é bem mais eficaz para nossa saúde mental, do que se cobrar constantemente.

Mas, Afinal… O Que Exatamente é Autocompaixão?

Basicamente, a autocompaixão é tratar a si mesmo igual você trataria um amigo querido que está passando por um momento ruim.
 
Tratar com cuidado, paciência, com aquele jeito carinhoso e gentil. Porém sabemos que a autocrítica, o isolamento e a superidentificação acabam se tornando hábitos no nosso dia-a-dia.

E, por consequência, esses maus hábitos acabam por corroer nosso psicológico aos poucos.

O lado positivo é que é possível substituí-los por hábitos mais saudáveis para sua saúde mental. Vamos pontuar eles aqui:
 
Autobondade vs. Autocrítica: Primeiro, tem a bondade com nós mesmos, que é o contrário de se jogar no canto e ficar se batendo por tudo que erra.
 
É se dar um abraço quando as coisas não vão 100%, saber que errar e não ser perfeito é normal — todo mundo passa por isso.

Humanidade Compartilhada vs. Isolamento: Depois, tem a ideia de que a gente não está sozinho nessa confusão toda.
 
Quando a gente sofre, é fácil achar que só a gente passa por certas dores ou fracassos, não é mesmo? Mas, na realidade, isso é universal.
 
Todo mundo sofre, todo mundo sente que não dá conta às vezes. Pensar assim ajuda a gente a se sentir parte do todo, e isso já alivia um pouco o peso da solidão.

Mindfulness vs. Superidentificação: E por último, entra o tal do mindfulness — sempre comentamos sobre ele aqui – que é só focar no que está sentindo, mas sem se deixar tomar por esses sentimentos.
 
Por exemplo, você reconhece: “Tá, tô chateado agora.” Mas sem deixar isso virar um: “Sou um fracasso”.
 
Entendeu a diferença? É como dar um passo para trás para observar as emoções, sem se afogar nelas.

Não alimente seus maus pensamentos! Pelo contrário, barre eles pensando em soluções e o lado positivo de cada situação.

Por Que a Autocrítica Não Funciona a Longo Prazo?

Pense quando você cometeu um erro em um momento importante. Qual foi sua primeira reação? Eu aposto que foi algo do tipo: “Nossa, que burrada!”, “Nunca vou conseguir”, “Isso é tudo culpa minha”.
 
Parece que esse impulso de se autocriticar severamente ajuda, mas só em um instante — depois vira uma bola de neve.
 
Você fica preso num círculo de vergonha, medo e ansiedade que não deixa espaço para crescer de verdade.
 
O corpo entra em modo combate, libera um monte de cortisol, que é o hormônio do estresse, e aí o resultado não poderia ser outro: você se sente horrível.
 
Juntamente, começa a pensar demais e acaba até evitando tentar novamente, só para não se sentir mal de novo.

Imagem de mulher com livro na frente do rosto como se estivesse se sentindo frustada
Autocrítica – Foto de Siora Photography na Unsplash 

Não é uma consequência muito legal, não é mesmo?

Então, que tal tentar tratar você mesmo com aquele carinho que tu oferece para os outros?
 
A autocrítica, embora possa até dar aquele impulso momentâneo — como um puxão de orelha que mexe com a gente — não é capaz de criar uma base firme para o verdadeiro crescimento.
 
Na realidade, ela mais nos ensina a temer a nós mesmos do que a confiar em nossa própria capacidade de enfrentar os desafios que aparecem.

Os Benefícios Transformadores da Autocompaixão

Agora, sobre a autocompaixão, muita gente acha que ser gentil consigo mesmo é sinal de fraqueza, mas a verdade é o oposto: é puro sinal de força e resiliência.

Essa atitude traz vários benefícios comprovados para a saúde mental e o bem-estar que, olha, não dá para ignorar:

Redução da ansiedade e da depressão:

Quando diminuímos aquela voz interior crítica e o medo do fracasso, a autocompaixão se transforma num porto seguro em meio às tempestades emocionais.

Mais motivação e persistência:

Apesar de existir o mito de que ser compassivo consigo mesmo pode gerar acomodação, na prática acontece o contrário. Ter esse apoio interno incondicional abre espaço para correr riscos, aprender com os erros e — calma — tentar de novo com mais coragem.

Melhora nos relacionamentos:

Quando você passa a se tratar com mais compaixão, fica mais fácil também ser assim com os outros. Isso ajuda a criar relações mais genuínas, com limites saudáveis e empatia de verdade.

 Bem-estar emocional mais duradouro:

Sentir-se aceito e valorizado, independente dos resultados externos, traz aquela satisfação com a vida que a gente tanto busca.

Resiliência fortalecida:

Em momentos difíceis, a autocompaixão age como um escudo protetor. Ela nos permite encarar a dor, aprender e nos recuperar — é aquela força para continuar em frente.

Imagem de menina feliz segurando a areia da praia
Autobondade – Foto de Anna Barabanova na Unsplash 

Como Cultivar a Autocompaixão no Dia a Dia?

A boa notícia é que a autocompaixão é uma habilidade que pode ser aprendida e praticada.

Não se trata de uma mudança da noite para o dia, mas de um processo contínuo de gentileza consigo mesmo.

Desta forma, aqui estão algumas práticas que você pode começar a incorporar:

– Preste atenção à sua autocrítica: quando perceber que está se julgando duramente, pare um pouco e pergunte: “Eu diria isto a um amigo querido?” Se a resposta for não, tente reformular o pensamento com mais gentileza.
 
– Reconheça que ser humano é universal: quando estiver atravessando um momento difícil, lembre-se que você não está sozinho nisso. Muitas outras pessoas já passaram por algo parecido, e essa conexão pode aliviar a sensação de isolamento.

– Escreva uma carta para você mesmo: imagine que está escrevendo para um amigo que está passando pelo que você está vivendo. Use um tom compreensivo, de apoio e incentivo. Depois, leia essa carta pra si mesmo, como se fosse você quem a escreveu.
 
Enfim, é um caminho que requer um pouco de paciência, mas que pode transformar o modo como você se relaciona consigo mesmo e com o mundo. Vale a pena tentar, não acha?
 

O Abraço Que Você Merece

Ter autocompaixão  não é sinal de fraqueza, longe disso. Na verdade, é uma das forças mais resistentes que podemos desenvolver.
 
Vale lembrar que ser gentil consigo mesmo não é luxo nem frescura, é algo essencial.

É o reconhecimento de que somos humanos, que temos nossas falhas, e que, acima de tudo, merecemos o direito de aprender e crescer a partir delas.
 
A autocompaixão funciona como uma bússola interna, entende? Ela nos ajuda a voltar ao nosso equilíbrio, a encontrar calma no meio da confusão que a vida muitas vezes traz.

Talvez o mais difícil seja começar, mas não precisa ser grandioso — um sorriso para o espelho, uma pausa para respirar quando tudo parece demais, um pensamento positivo em vez da autocrítica áspera.
 
Esses pequenos gestos vão construindo, pouco a pouco, uma relação mais saudável e amorosa com você mesmo.
 
Que essa autocompaixão se torne sua fiel companheira, um abraço apertado que você sempre mereceu e que sirva de base para uma vida cheia de mais sentido e serenidade.

Cuide-se com carinho, porque você, de verdade, já é suficiente.

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